Do arquiteto José sales, este Blog recebeu carta em que ele responde ao assessor político da prefeitura de Fortaleza, Acrísio Sena. Sales questionou a qualidade de obras do município - escolas principalmente - na área de Messejana. Acrísio mandou resposta e fotos dos estabelecimentos, no que Sales se disse instado a dar mais explicações a respeito do tema. Confira:Prezado Sr. Acrísio Sena.
O bom debate se desenvolve, em geral, em cima de temas e argumentos pró e contra os mesmos. Se o debatedor os tem muito que bem, não se não os tem, não é um boa tática tentar desmerecer o opositor, pois isto é interpretado, como carência de argumentos . Mas vamos à uma resposta a réplica que o sr. me fez através deste blogspot do Jornalista Eliomar de Lima.
Em primeiro lugar, quero louvar o esforço da atual administração em realizar. Mas o que está sendo realizado é unicamente o mínimo que é exigido pelo FUNDEB/ Fundo Constitucional para Educação Básica e as recomendações programáticas do Fundo Escola, um programa derivado. São recursos federais disponíveis a qualquer município quanto à aplicação. Menos que isto seria lamentável, em se tratando de município de dimensão metropolitana como o nosso.
E insisto na repetição do que afirmei anteriormente: não existem escolas "padrão MEC" em Fortaleza. As realizações da atual administração são de estabelecimentos escolares tradicionais ou tradicionalíssimos, em concepção e equipamentação que não podem de maneira nenhuma ser considerados como algo de destaque ou relevancia, nem aqui em nossa cidade, nem em nosso Estado, o que diríamos, se os compararmos com outras padronizações por este Brasil afora. Aqui em nossa região, mesmo, não os podemos comparar com os Liceus do Ceará, padrão adotado pelo Governo do Estado, em administrações anteriores.
Vejo com tristeza que o "padrão MEC" relevado, como um "mantra" é somente uma invencionice local, para qualificar feitos "exuberantes" desta administração. As fotos postadas, falam por si só, pois mostram um escola de concepção tradicional, recém reformada, com o acréscimo inadequado de um cobertura de acesso em policarbonato sobre estrutura tubular de tubos de ferro, de péssima qualidade e extremo e gosto duvidoso. Nada comprova que o que está exposto seja um "padrão MEC".
Nenhuma das escolas citadas, pelo V.Sª. em sua réplica, foi sequer pré - selecionada pelo na Edição 2007/2008 da Premiação "Construindo uma Nação". Os primeiros lugares, em nosso Estado, ficaram escolas dos Municípios de Juazeiro do Norte, Trairi e Baturité, além de outras 7 premiadas, dentre as 54 inscritas. Nas quais não consta nenhuma escola municipal gerida pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, infelizmente. No âmbito do Ensino Fundamental, foram premiadas - Escola SESI Padre Ananias Sobreira(Juazeiro do Norte), Escola Marieta Guedes Martins e Escola SESI Euzébio Mota de Alencar(Fortaleza).
Mas vamos superar esta etapa do debate e entrar em outro tema correlato. Nos primeiros meses da atual administração lançado o Programa CUCA/ Centros Unificados de Cultura e Arte.
Seriam equipamentos localizados em vários rincões desta nossa cidade, potencializadores das necessidades de expressão de nossa juventude. Foi feito um lançamento do programa, inclusive com comemorações antecipadas destes feitos. Foi adquirida a sede do Clube de Regatas da Barra do Ceará, projeto original do Prof. Ivan Brito, uma verdadeira jóia do patrimonio arquitetônico de nossa cidade, onde se daria a localização do primeiro CUCA, esta "exuberante" proposição.
Foi então realizado um Concurso Nacional de Projetos de Arquitetura, com apoio do IAB/CE e da Direção Nacional do IAB, presidido por um juri internacional e vencido por uma equipe do Paraná. Foi dito que a "exuberante" idéia seria apoiada pelo BID/ Banco Interamericano de Desenvolvimento. Cada CUCA custaria algo da ordem de 9 milhões de reais e revolucionaria o conceito de centro cultural em Fortaleza e quiçá no Brasil e no mundo.
Passados três anos, nenhum CUCA foi iniciado e projeto vencedor ainda está "enrolado" com os arquitetos, por falta de definição e pagamento. De vez em quando, vem alguém da Regional I, onde se localizaria esta futura "exuberante" realização, dizer em declarações rápidas que no "mês que vem" irá ser lançado o Edital de Obras do CUCA Barra do Ceará.
Em tempo: entendo que em sua concepção, os CUCAS pretendiam ser assemelhados do Centro Cultural do Bom Jardim, realização da Administração Lúcio Alcantara, no bairro do mesmo nome, como um equipamento vinculado ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, de acordo com a politica cultural da SECULT, coordenada, à época pela Profª Claudia Leitão. Este Centro Cultural do Bom Jardim, está hoje consolidado, com equipamentos de referencia e funcionamento pleno.
Cordialmente
Arquiteto José Sales